Trauma em sua raiz grega, significa lesão causada por um agente externo. Trauma está ligado ao significado de ferida.
Há vários sinais indicadores de trauma emocional. A passagem por experiências trágicas, tais como a perda real de pessoas queridas ou a ameaça de perda ou o risco de morte, não significam necessariamente que a pessoa venha a desenvolver um trauma.
Um bom indício da existência do trauma é a impressão de que a experiência insiste em permanecer no presente.
Basta à pessoa lembrar-se do evento perturbador, mesmo que sem querer, para que uma emoção marcante, pensamentos negativos e/ou imagens nítidas se intensifiquem. O assunto reluta em virar passado. Parece que o tempo não traz melhora.
Além da experiência traumática, outros sintomas típicos de Estresse pós-traumático – TEPT são:
- re-experiência do trauma por meio de lembranças involuntárias, pesadelos ou reações desproporcionais diante de pequenas coisas que façam lembrar o evento; choro fácil e imotivado;
- evitação persistente de pensamentos, diálogos, sentimentos, locais, pessoas ou situações que façam lembrar o trauma; incapacidade para lembrar de detalhes importantes do evento; distanciamento emocional e social de pessoas subjetivamente significativas; sensação de futuro abreviado; e/ou
- dificuldade para adormecer ou manter-se adormecido, irritabilidade ou explosões de fúria, dificuldade de concentração, hiper vigilância constante e prontidão contra alguma ameaça real ou imaginária; transtornos alimentares inexplicados; sobressaltos diante de estímulos neutros mínimos.
O que está ocorrendo no cérebro?
Estudos realizados com o auxílio de tomografias de alta precisão sugerem que a experiência traumática é tão forte que altera o funcionamento cerebral.
Quando o cérebro é submetido a estresse crônico, o indivíduo perde em qualidade de vida.
O que acontece com a memória em situação de trauma?
A memória traumática difere da memória comum. Ao ser indagado sobre o cardápio do almoço de quinta-feira da semana passada, uma pessoa provavelmente responderia: “não tenho a menor ideia!”. Nesse caso, a memória dispersou-se no passado.
A memória do trauma, contudo, guarda detalhes visuais, auditivos, físicos, emocionais, sensoriais como se tivesse ocorrido há pouco tempo. A pessoa pode lembrar-se dos sons do ambiente, dos talheres, das bebidas, do sabor dos alimentos.
A memória fica, portanto, registrada e congelada no cérebro, principalmente no hemisfério direito, grande responsável por administrar nossas emoções. Por outro lado, as ferramentas que nos permitem conferir novo significado à experiência e deixá-la finalmente no passado se encontram no hemisfério esquerdo, responsável por nossa objetividade e racionalidade.